Por que dietas restritivas podem aumentar ansiedade e compulsão

Por que dietas restritivas podem aumentar ansiedade e compulsão

 

Muitas pessoas recorrem a dietas restritivas na tentativa de perder peso rapidamente ou controlar a alimentação. Embora pareçam uma solução eficiente a curto prazo, estudos mostram que essas abordagens podem gerar efeitos negativos no comportamento alimentar e na saúde mental, incluindo aumento da ansiedade e da compulsão alimentar.


O que são dietas restritivas?

Dietas restritivas são aquelas que limitam significativamente o consumo de calorias, grupos alimentares ou certos nutrientes. Exemplos incluem cortes extremos de carboidratos, dietas muito baixas em gordura ou planos que eliminam alimentos “proibidos” completamente.

Embora possam gerar perda de peso inicial, essas dietas:

  • Alteram a percepção natural da fome e saciedade;

  • Podem gerar sensação de privação;

  • Favorecem episódios de compulsão alimentar.

Por que dietas restritivas aumentam a ansiedade

  • Privação alimentar gera estresse
    Quando o corpo percebe falta de nutrientes ou energia, ocorre um aumento do cortisol, hormônio ligado ao estresse. Isso pode causar irritabilidade, ansiedade e fome intensa.

  • Desejo por alimentos proibidos
    Restringir certos alimentos cria um efeito psicológico chamado “efeito rebote”. Quanto mais se proíbe algo, maior o desejo por esse alimento, aumentando a chance de comer em excesso.

  • Quebra do ciclo de fome e saciedade
    Dietas rígidas prejudicam a capacidade de ouvir os sinais naturais do corpo, dificultando a percepção de quando se está realmente satisfeito.

  • Impacto emocional
    A frustração de não conseguir seguir a dieta perfeitamente pode gerar culpa, baixa autoestima e ansiedade, reforçando o ciclo de comer emocional.

Compulsão alimentar e restrição

A compulsão alimentar geralmente surge como consequência da restrição intensa. Durante episódios de compulsão, a pessoa perde o controle sobre a quantidade de alimento ingerido, frequentemente consumindo grandes porções de alimentos ricos em açúcar e gordura. Esse comportamento não é apenas físico, mas também emocional, sendo um mecanismo de alívio temporário do estresse ou desconforto emocional.

Estudos mostram que dietas muito restritivas aumentam o risco de transtornos alimentares, como compulsão alimentar periódica, bulimia e transtorno alimentar restritivo-compulsivo.

 

Estratégias para evitar ansiedade e compulsão

  • Evite restrições extremas
    Prefira equilíbrio em vez de eliminação total de grupos alimentares. Todos os alimentos podem fazer parte da dieta em moderação.

  • Pratique alimentação consciente (mindful eating)
    Prestar atenção à fome, saciedade e emoções durante as refeições ajuda a reduzir episódios de compulsão e ansiedade alimentar.

  • Inclua todos os macronutrientes
    Proteínas, carboidratos e gorduras saudáveis ajudam a manter a saciedade e reduzir flutuações de humor ligadas à fome.

  • Busque suporte profissional
    Nutricionistas e psicólogos podem ajudar a criar estratégias de alimentação equilibrada sem gerar ansiedade ou restrição excessiva.


Conclusão

Dietas restritivas podem parecer soluções rápidas, mas aumentam a ansiedade, prejudicam a percepção de saciedade e favorecem a compulsão alimentar. O caminho mais saudável é adotar uma alimentação equilibrada, flexível e consciente, que nutra o corpo e preserve o bem-estar emocional. Lembrando sempre que equilíbrio é mais eficaz e sustentável que restrição extrema.

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