O impacto do açúcar no humor e na disposição

Você já percebeu que, depois de comer um doce, vem aquela sensação momentânea de prazer e energia, mas logo depois, o cansaço e a irritação aparecem?
Isso acontece porque o açúcar tem um efeito direto não apenas no corpo, mas também no cérebro e nas emoções.

Embora o açúcar seja uma fonte rápida de energia, o consumo em excesso pode causar oscilações no humor, fadiga, ansiedade e até sintomas de depressão.

 


Como o açúcar age no corpo e no cérebro

Quando consumimos açúcar, ele é rapidamente absorvido pelo intestino e leva a um aumento rápido da glicose no sangue.
Isso estimula a liberação de insulina, o hormônio responsável por transportar a glicose para as células e transformar em energia.

O problema é que esse processo é muito rápido:

  • O açúcar gera picos de energia, seguidos de quedas bruscas (hipoglicemia reativa).

  • Essas oscilações provocam alterações no humor, irritabilidade e cansaço.

Além disso, o açúcar estimula a liberação de dopamina, neurotransmissor ligado à sensação de prazer e recompensa, o mesmo que é ativado em comportamentos viciantes.
Por isso, o cérebro “aprende” a associar o doce com prazer, gerando o desejo constante por mais.

 

O ciclo do açúcar: prazer, queda e irritação

O efeito do açúcar no humor segue um ciclo conhecido:

  1. Consumo → A glicose sobe rapidamente, trazendo sensação de energia e bem-estar.

  2. Pico de insulina → O corpo tenta equilibrar, liberando mais insulina.

  3. Queda de glicose → A glicemia cai bruscamente, e surgem sintomas como:

    • Irritação

    • Fadiga

    • Dores de cabeça

    • Vontade de comer mais açúcar

Esse ciclo se repete, levando ao que chamamos de dependência emocional do açúcar, uma espécie de “montanha-russa energética”.

 

Como o açúcar afeta o humor

O excesso de açúcar no dia a dia está associado a:

  • Alterações de humor: o sobe e desce da glicose afeta neurotransmissores como serotonina e dopamina.

  • Aumento da ansiedade: o açúcar em excesso pode estimular o sistema nervoso e aumentar o cortisol (hormônio do estresse).

  • Piora da concentração e da memória: picos e quedas de glicose prejudicam o foco mental.

  • Fadiga constante: quanto mais açúcar o corpo consome, mais instável fica a energia.

  • Sintomas depressivos: estudos mostram que dietas ricas em açúcar estão ligadas a maior risco de depressão, devido à inflamação e desequilíbrio químico cerebral.

 

Alimentos que estabilizam o humor e a energia

A boa notícia é que é possível equilibrar a glicose e manter a disposição ao longo do dia com escolhas alimentares inteligentes.

1. Prefira carboidratos complexos

Eles liberam energia de forma lenta e constante, sem causar picos de glicose.
Exemplos: aveia, batata-doce, quinoa, arroz integral, pão integral.

2. Inclua proteínas em todas as refeições

As proteínas ajudam a controlar a liberação de glicose e aumentam a saciedade.
Fontes: ovos, peixes, frango, tofu, iogurte natural, leguminosas.

3. Consuma gorduras boas

Essas gorduras equilibram os hormônios e mantêm o humor estável.
Fontes: abacate, castanhas, azeite de oliva, sementes de chia e linhaça.

4. Aposte em alimentos ricos em triptofano e magnésio

Esses nutrientes ajudam na produção de serotonina (hormônio do bem-estar).
Fontes: banana, aveia, cacau 100%, espinafre, grão-de-bico.

5. Se quiser doce, escolha versões mais naturais

Troque doces industrializados por frutas, chocolates acima de 70% cacau, iogurte com mel ou sobremesas com adoçantes naturais, como tâmaras e xilitol.

 

Hidratação e sono também influenciam o humor

A falta de água e o sono ruim aumentam a fadiga e o desejo por açúcar.
Beber água ao longo do dia e dormir de 7 a 8 horas por noite ajuda a manter os níveis de energia equilibrados e a reduzir a vontade de comer doces por compensação emocional.

 

Estratégias práticas para reduzir o consumo de açúcar

  1. Evite o açúcar “oculto” presente em iogurtes saborizados, molhos prontos e cereais industrializados.

  2. Não corte o açúcar de forma radical  reduza aos poucos para evitar recaídas.

  3. Coma de 3 em 3 horas para evitar quedas de glicose e compulsões.

  4. Prefira o sabor natural dos alimentos, reeducando o paladar gradualmente.

  5. Leia os rótulos: o açúcar pode aparecer como sacarose, glicose, xarope de milho, maltose, dextrose, entre outros nomes.


 

Conclusão

O açúcar pode até trazer prazer momentâneo, mas o consumo excessivo afeta diretamente o humor, a disposição e o equilíbrio emocional.
A chave está no equilíbrio e na consciência alimentar: quando você aprende a escolher bem seus alimentos, o corpo responde com mais energia, clareza mental e bem-estar.

Lembre-se: não é sobre eliminar o açúcar totalmente, mas sim sobre encontrar o ponto ideal entre prazer e saúde.

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