Lipedema e nutrição: como a alimentação pode ajudar no controle da doença

Lipedema e nutrição: como a alimentação pode ajudar no controle da doença 

O lipedema é uma condição ainda pouco conhecida, mas que afeta principalmente as mulheres e tem grande impacto na qualidade de vida. Muitas vezes confundido com obesidade ou retenção de líquidos, o lipedema é uma doença crônica e progressiva, caracterizada pelo acúmulo desproporcional e doloroso de gordura, principalmente nos membros inferiores.

Apesar de não ter cura, é possível controlar os sintomas e retardar a progressão da doença com um conjunto de estratégias que incluem alimentação adequada, atividade física e terapias específicas.

Neste artigo, você vai entender:

✅ O que é o lipedema e como identificá-lo
✅ Qual o papel da nutrição no tratamento
✅ Quais alimentos devem ser priorizados
✅ O que evitar na dieta
✅ Exemplos de estratégias nutricionais que ajudam no controle

O que é o lipedema?

O lipedema é uma doença crônica do tecido adiposo, com origem multifatorial, envolvendo predisposição genética e influência hormonal. Ele leva ao acúmulo de gordura de forma simétrica, principalmente em pernas, quadris e braços, poupando pés e mãos.


Principais características:

      • Aumento de volume e peso nos membros inferiores (às vezes superiores), desproporcional ao restante do corpo.

      • Dor ao toque ou sensação de peso nas áreas afetadas.

      • Facilidade para formar hematomas.

      • Sensação de inchaço, mesmo que não haja edema visível.

      • Dificuldade de perder volume nessas regiões, mesmo com dietas e exercícios.

      É importante destacar que o lipedema não é obesidade, embora as duas condições possam coexistir.


O papel da alimentação no lipedema

Embora a nutrição não cure o lipedema, uma alimentação adequada pode reduzir a inflamação, melhorar a circulação, controlar o peso corporal e aliviar os sintomas.

O tecido adiposo do lipedema é inflamado e mais resistente à quebra, por isso, estratégias que diminuem processos inflamatórios são fundamentais.

Além disso, como o lipedema pode evoluir para lipolinfedema (quando há associação com linfedema), é importante adotar hábitos que evitem retenção de líquidos e protejam o sistema linfático.


Alimentos que ajudam no controle do lipedema

1. Priorize alimentos ricos em antioxidantes e anti-inflamatórios

  • Frutas vermelhas (morango, mirtilo, framboesa)

  • Abacate

  • Azeite de oliva extra virgem

  • Peixes gordos (salmão, sardinha, atum)

  • Sementes de chia, linhaça e abóbora

  • Vegetais verde-escuros (couve, espinafre, brócolis)

  • Cúrcuma, gengibre e alho

Esses alimentos contêm compostos como ômega-3, flavonoides e polifenóis, que ajudam a reduzir inflamações no tecido adiposo.

2. Aumente a ingestão de proteínas magras

Manter uma boa oferta proteica é essencial para preservar massa muscular, principalmente em quem tem dor ou limitações para se exercitar.

Fontes recomendadas:

  • Peito de frango

  • Peixes

  • Ovos

  • Queijo cottage, iogurte natural

  • Leguminosas como feijão, lentilha e grão-de-bico

3. Hidrate-se bem

A hidratação auxilia o funcionamento adequado do sistema linfático, prevenindo retenção de líquidos. Além de água, chás anti-inflamatórios como chá verde, hibisco e cavalinha podem ser aliados.

4. Consuma fibras

As fibras melhoram o trânsito intestinal, reduzem inflamação sistêmica e ajudam na saciedade.
Inclua aveia, frutas, verduras, legumes e sementes diariamente.

Alimentos que devem ser evitados

1. Açúcar e ultraprocessados

  • Refrigerantes, doces, bolos, biscoitos recheados

  • Produtos com xarope de milho, maltodextrina e aditivos químicos

Eles aumentam inflamação e favorecem ganho de gordura.

2. Gorduras trans e excesso de gorduras saturadas

  • Margarina, frituras, fast-food, embutidos (salsicha, salame, mortadela)


3. Excesso de sal

O sal favorece retenção de líquidos, dificultando ainda mais a circulação.
Evite temperos industrializados, caldos prontos e snacks salgados.

4. Álcool

O álcool gera inflamação, sobrecarga hepática e piora da circulação.


Estratégias nutricionais para o lipedema

Dieta anti-inflamatória – baseada em alimentos naturais e minimamente processados
Controle de carboidratos simples – para evitar picos de insulina, que agravam a inflamação
Adequação de proteínas – cerca de 1,2 a 1,5g/kg de peso corporal (ajustada individualmente)
Jejum intermitente (opcional) – pode ser benéfico em alguns casos para reduzir inflamação, mas deve ser avaliado individualmente
Uso de suplementos específicos – como ômega-3, vitamina D, magnésio ou probióticos, se indicado pelo nutricionista

Exemplo de um dia alimentar para lipedema

  • Café da manhã
    Omelete com espinafre e cúrcuma + 1 fatia de pão integral + chá verde

  • Lanche da manhã
    Mix de castanhas + morangos

  • Almoço
    Salada de folhas verdes com azeite e abacate
    Filé de salmão grelhado
    Quinoa ou arroz integral
    Brócolis no vapor

  • Lanche da tarde
    Iogurte natural com chia e mirtilos

  • Jantar
    Sopa de legumes com frango desfiado e cúrcuma

  • Ceia (opcional)
    Chá de camomila ou hibisco

Além da alimentação: outros cuidados essenciais

  • Pratique atividade física regularmente, com foco em exercícios de baixo impacto, como caminhada, pilates, hidroginástica ou musculação supervisionada.

  • Use meias de compressão, se indicado por médico ou fisioterapeuta.

  • Realize drenagem linfática manual com profissionais especializados.

  • Evite longos períodos sentada ou em pé, para não comprometer ainda mais a circulação.


 

Conclusão

O lipedema é uma condição que exige uma abordagem multidisciplinar, e a nutrição tem papel fundamental para reduzir inflamação, melhorar sintomas e evitar progressão da doença.

Cada paciente é único, por isso, o plano alimentar deve ser individualizado, respeitando preferências, rotina e necessidades específicas.

Se você desconfia de lipedema, procure avaliação médica especializada e acompanhamento com nutricionista para um tratamento eficaz.

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